O dólar superou R$ 5,70 nesta segunda-feira. Por volta de 9h30, a moeda americana bateu R$ 5,7291, alta de 0,54%. Na sexta-feira, a divisa fechou o dia em R$ 5,6983, com alta acumulada na semana de 1,49%.
O principal motivo é a aproximação da eleição americana. A possibilidade de vitória do candidato republicano, Donald Trump, nas eleições presidentes dos EUA em novembro é um dos fatores que está por trás da valorização do dólar, mesmo com novas medidas anunciadas pela China para estimular sua economia.
O banco central chinês anunciou, nesta segunda-feira, que cortou a taxa preferencial de empréstimos (LPR) para um ano, que serve como referência para as taxas mais favoráveis de empréstimos para negócios e famílias, de 3,35% para 3,1%.
Apesar das medidas chinesas, os investidores voltam-se para o possível retorno de Trump à Casa Branca, o que pode significar menos impostos e mais protecionismo na economia americana. O republicano já declarou várias vezes que pretende reduzir os tributos cobrados sobre a população. E que quer retomar tarifas contra a China, no que seria uma versão turbinada da guerra comercial contra o gigante asiático iniciada no seu primeiro mandato.
O protecionismo econômico tenderia a aumentar a inflação no país. Com importados mais caros e restrições a produtos chineses, os preços subiriam, exigindo que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) mantivesse os juros altos por mais tempo para segurar a inflação.
E juros mais altos nos EUA significam um “aspirador” de investimentos para o país. Considerada a economia mais segura do mundo, se os EUA oferecem juros mais altos aos investidores, a tendência é que um fluxo maior de recursos seja direcionado para lá, valorizando o dólar.