O Banco Central acelerou o ritmo de alta da taxa Selic, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta quarta-feira (06). Os juros básicos da economia brasileira subiram 0,50 ponto percentual, de 10,75% para 11,25% ao ano. Assim como no encontro anterior, o BC não deu dicas sobre seus próximos passos e disse que o “ritmo de ajustes futuros e a magnitude total do ciclo” serão ditados pelo firme compromisso da convergência da inflação à meta.
No comunicado da decisão, mais uma vez, o comitê elevou o tom de preocupação com a dinâmica das contas públicas e com o efeito sobre a política monetária. Segundo o BC, o comitê tem acompanhado com atenção como os desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros e avalia que a percepção dos agentes sobre o cenário tem afetado “de forma relevante” os preços no mercado, como a taxa de câmbio.
Em meio à discussão sobre um pacote para contenção de gastos pelo governo Lula, o BC defendeu enfaticamente que a “apresentação e execução” de medidas estruturais nas contas públicas contribuirá para uma trajetória mais favorável da inflação e, assim, para o nível de juros.
A equipe econômica do governo prepara um pacote de cortes de despesas para controlar o crescimento dos gastos públicos e dar sustentabilidade ao arcabouço fiscal e à dívida.