A visita do presidente chinês, Xi Jinping, ao Rio, para o G20, e a Brasília ocorreu dias depois da eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos. Com uma política abertamente anti-China, Trump já verbalizou que pretende aumentar taxas sobre produtos chineses e também de outros países.
Com isso, a expectativa é que o presidente Lula intensifique sua estratégia de estreitamento de laços com os países em desenvolvimento, como a China, na chamada diplomacia Sul-Sul.
Nesse contexto, os dois presidentes assinaram um plano de cooperação em projetos de infraestrutura e indústria, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas o Brasil ficou de fora da chamada Nova Rota da Seda.
A iniciativa, chamada formalmente de Cinturão e Rota, é um programa de mais de US$ 2 trilhões em contratos que prevê a realização de obras e investimentos para ampliar mercados para a China e a presença do país no mundo.
A China é o principal parceiro comercial do Brasil, mas o Itamaraty entende que não há benefícios em aderir integralmente à Nova Rota da Seda, em meio ao cenário internacional conturbado e também devido à tradição diplomática brasileira.
Especialista acreditam que a decisão do Brasil de ficar de fora da Nova Rota da Seda foi acertada. A opinião é de que aderir a esse novo patamar, mais elevado, de parceria com a China poderia atrapalhar as relações diplomáticas do Brasil com outros países. Na prática, não havia uma vantagem concreta e que, por outro lado, poderia irritar os Estados Unidos e outros parceiros do Ocidente.