O Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil divulgou uma nota na qual “rechaça” as declarações do CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, quanto às carnes produzidas pelos países do Mercosul.
O Ministério vê a decisão da rede varejista de não comprar mais carnes do bloco, com “uma tentativa de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos e dos compromissos ambientais brasileiros”.
Segundo o anúncio, o Carrefour não comprará mais carne dos países do Mercosul, formado por diversas nações da América do Sul como Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) classificou de “infeliz e infundada”, e com “fins protecionistas” a decisão do Carrefour.
O ministério afirma que o “rigoroso sistema” de Defesa Agropecuária garante ao Brasil o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo, mantendo relações comerciais com aproximadamente 160 países, atendendo aos padrões mais rigorosos, inclusive para a Uniao Europeia que compra e atesta, por meio de suas autoridades sanitárias, a qualidade e sanidade das carnes produzidas no Brasil há mais de 40 anos.
O ministério afirma não acreditar em um movimento orquestrado por parte de empresas francesas visando dificultar a formalização do Acordo Mercosul – União Europeia, debatido na reunião de cúpula do G20 nesta semana.
Durante o G20, o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que o país “não está isolado” em sua oposição ao estado atual do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, cuja negociação começou em 1999. Empresários europeus temem a concorrência com produtos agrícolas do Brasil e da Argentina, principalmente.
Macron é apontado como o principal obstáculo para o avanço do acordo. Durante o encontro no Rio, a Itália manifestou apoio à posição do presidente francês.
No entanto, a Comissão Europeia, com o apoio de vários países importantes do bloco, como Alemanha e Espanha, é favorável ao fechamento do acordo de livre-comércio com o Mercosul antes do fim deste ano.