O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira que o crescimento do país neste ano será menor por causa do patamar elevado da taxa básica de juros, a Selic.
Em entrevista à RedeTV, Haddad disse que os juros em um “patamar restritivo” vão prejudicar a atividade econômica. Ao ser questionado sobre uma eventual revisão da projeção do PIB para 2%, Haddad negou a possibilidade.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou a Selic para 13,25% nesta quarta-feira na primeira reunião comandada pelo novo presidente Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o cargo.
Na entrevista, Haddad reconheceu que o cenário para a economia é mais desafiador do que o enfrentado em 2024, principalmente diante de uma política monetária que pode ser “contraproducente”, segundo o ministro.
Medidas de corte
Questionado sobre as incertezas acerca da condução da política fiscal, Haddad afirmou que o governo apresentou medidas para adequar as despesas às regras do arcabouço fiscal. Segundo ele, a equipe econômica continua a trabalhar com políticas pontuais para conter o crescimento dos gastos.
Inflação
A inflação de alimentos está entre as prioridades do governo e da área econômica neste início de ano. Na entrevista, Haddad deu coro às declarações que líderes do governo fizeram nas últimas semanas, e afirmou que o preço dos produtos deve se estabilizar em função de uma safra recorde e queda do preço do dólar.
Trump
O ministro da Fazenda também afirmou que os Estados Unidos não terá ganhos econômicos sobretaxando os produtos brasileiros. O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump tem declarado nas últimas semanas que o Brasil está entre os países que poderiam ter seus produtos sobretaxados.