O governo Lula avalia elevar a exigência de frutas e mel na fabricação local de sucos, iogurtes e sorvetes industrializados como uma forma de aumentar a absorção doméstica de produtos afetados pelo tarifaço dos Estados Unidos. A proposta é estudada pelo Ministério da Agricultura e da Pecuária e foi apresentada a empresários durante reunião nesta segunda-feira, mas depende de mudanças em regulamentações.
Hoje, muitos produtos industrializados usam aditivos químicos para dar o sabor da fruta e tem pouca matéria-prima natural. A ideia é que a exigência dos produtos naturais seja maior nesses produtos.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou, sem dar detalhes, que a pasta estava trabalhando em “regulamentações internas” que “podem aumentar o consumo de produtos que eram exportados para o mercado americano”.
Em paralelo, o governo avalia comprar alimentos que deixarão de ser exportados por causa do tarifaço. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Gerald Alckmin, também esteve na reunião com empresários e pediu a eles que lhe enviassem lista com volume de itens excedentes.
Na semana passada, o governo dos Estados Unidos oficializou uma sobretaxa de 50% nas compras de produtos brasileiros, medida que entra em vigor na próxima quarta-feira (6/8). No decreto que oficializou o tarifaço, o presidente americano, Donald Trump, excluiu quase 700 produtos, como suco de laranja, petróleo e aviões. Mas café, carnes, pescados, mel e frutas não escaparam.