As centrais sindicais entregaram nesta segunda-feira ao governo Lula uma proposta de reajuste do salário mínimo com uma taxa fixa 2,4% ao ano, acrescida das perdas pela inflação e variação do PIB de dois anos atrás. Na prática, a proposta tem uma média de ajuste em 4,2% ao ano, de 2024 a 2026. A justificativa das centrais é recuperar as perdas acumuladas depois de 2019, quando o governo Bolsonaro passou a considerar apenas o reajuste pela inflação.
Veja os detalhes da proposta:
- 2024: INPC acumulado no ano anterior + PIB de 2022 (2,9%) + 2,40%;
- 2025: INPC acumulado no ano anterior + PIB de 2023 (projeção de 1,2%) + 2,40%;
- 2026: INPC acumulado no ano anterior + PIB de 2024 (projeções de 1,5%) + 2,40%.
Histórico
A política de valorização do salário mínimo passou a valer em 2007, após acordo do governo Lula com centrais sindicais. A mudança foi convertida em lei em 2015, com vigência até 2019.
Cálculos feitos pelo Dieese mostram que, se a estratégia não tivesse sido suspensa, o salário mínimo seria de R$ 1.391 em 2023, acima dos R$ 1.302, atualizados apenas pelo INPC de 2022. Pelo valor anunciado a partir de 1º de maio, de R$ 1.320, as perdas são de 5,4%.