O dólar voltou a ficar abaixo de R$ 5 durante o pregão desta terça-feira (11) pela primeira vez desde fevereiro. A cotação da moeda americana fechou em R$ 5,0067, queda de 1,17%. Para especialistas, a continuidade dessa tendência de baixa dependerá de fatores externos, como o rumo dos juros nos Estados Unidos, e internos, entre eles o cenário fiscal brasileiro.
No Brasil, a apresentação do novo arcabouço – que deve ser encaminhado ao Congresso até o fim desta semana – é um dos principais fatores em que o mercado fica de olho. Com a nova regra fiscal, que terá travas para aumento das despesas e metas de superávit, há uma perspectiva de equilíbrio das contas públicas, abrindo espaço para queda dos juros também por aqui.
Veja a seguir alguns fatores que explicam a queda do dólar:
1 – Fluxo de dólares positivo
No primeiro trimestre deste ano, o fluxo cambial registrou saldo positivo de US$ 12,524 bilhões, com destaque para a entrada pela conta comercial. O movimento é impulsionado pelo superávit de US$ 16,1 bilhões da balança comercial brasileira entre janeiro e março e sinaliza que os exportadores trouxeram ao país parte dos dólares ganhos no exterior.
2 – Patamar alto de juros
Os especialistas também creditam o movimento positivo do real, que ocorre desde o ano passado, ao diferencial de juros elevados do cenário local em relação ao exterior.
O Banco Central (BC) saiu na frente de outras instituições de economias emergentes e desenvolvidas e começou a elevar os juros já no início de 2021, com a Selic rapidamente tendo atingido o nível de 13,75%.
3 – Dólar mais fraco no exterior
A desvalorização do dólar não ocorre apenas ante o real, mas também contra outras divisas emergentes, como o peso mexicano e o peso colombiano. O índice DXY, que mede o comportamento do dólar contra uma cesta de moedas fortes no exterior, operava na faixa dos 102 pontos nesta terça após ter superado a marca dos 110 pontos no segundo trimestre de 2022.
4 – Olho no fiscal
A preocupação com o cenário fiscal e a trajetória da dívida pública é um dos fatores de pressão contra o câmbio. Dessa forma, a apresentação da regra do arcabouço fiscal por parte do governo é vista como um ponto positivo.