As ações da Coteminas (CTNM3;CTNM4) seguem em disparada na B3, após a companhia assinar na semana passada um acordo com a Shein. A empresa de tecidos brasileira vai passar a produzir peças para a chinesa, que anunciou recentemente que pretende aumentar a produção no Brasil.
Nesta terça-feira (25), os papéis ordinários CTNM3 subiam 58,20%, a R$ 19, enquanto os preferenciais entraram em leilão às 10h22 para abrirem a R$ 5,05, ou salto de 41,06%.
O acordo com a Shein prevê que 2 mil dos clientes confeccionistas da empresa brasileira passem a ser fornecedores da companhia asiática para atender os mercados doméstico e da América Latina. A parceria abrange o financiamento para capital de trabalho e contratos de exportação de produtos para o lar.
A Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas) pertence ao atual presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva. Josué já participou de uma reunião do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com representantes da Shein, voltada especialmente para fast fashion. Segundo Haddad, o empresário intermediou o entendimento com a varejista chinesa, especialmente depois da polêmica sobre sonegação de impostos nas compras em sites estrangeiros que vendem para o Brasil.
Na briga pela taxação das asiáticas, que acabam provocando uma concorrência desleal com as varejistas brasileiras, o empresário teve importante participação no acordo que culminou no anúncio da Shein de que pretende nacionalizar 85% das vendas em quatro anos, com produtos feitos no Brasil. A plataforma chinesa anunciou que fará investimentos de cerca de R$ 750 milhões no setor têxtil brasileiro e vai gerar até 100 mil empregos indiretos no país nos próximos três anos.