Até abril de 2023 os brasileiros retiraram mais de R$ 60 milhões da poupança, segundo dados do Banco Central. Esse é o maior valor de retirada da história para o período. Se esse movimento continuar, a tendência é que este ano supere o resgate recorde de R$ 103,2 bilhões da caderneta registrado em 2022.
Segundo especialistas, há dois motivos principais para essa fuga tão intensa da poupança. Em primeiro lugar, dados da Serasa Experian mostram que mais de 70 milhões de brasileiros estão com o nome negativado, com destaque para dívidas no cartão de crédito e em contas básicas, como luz e água.
O segundo motivo seria o cenário de juros e inflação altos. A taxa básica de juros (Selic) atingiu no ano passado os 13,75% ao ano, o que reduz bastante a atratividade da caderneta de poupança. A remuneração da caderneta, 0,5% ao mês mais a taxa referencial de 0,15%, é bem menor, e equivale hoje a 8% ao ano.