Até pouco tempo, com a taxa básica de juros (Selic) nas alturas, o investidor vinha conseguindo no Brasil um retorno de mais de 1% ao mês em papéis de renda fixa, sem se preocupar com riscos.
No entanto, com o início do ciclo de corte de juros, surge a necessidade de reavaliar os investimentos. É esperado que, daqui em diante, títulos pós-fixados, como o Tesouro Selic, paguem prêmios cada vez menores, visto que o mercado projeta a taxa de juros a 11,75% ao ano em dezembro e a 9% no fim de 2024.
Após a última redução de 0,5 ponto percentual na Selic, anunciada pelo Banco Central do Brasil, que levou a taxa para 12,75% ao ano, especialistas sugerem aumentar a exposição a ativos vinculados à inflação e recorrer ao crédito privado, ou seja, os títulos de dívida emitidos por empresas.
Mas, em um momento em que o mercado tem sido constantemente surpreendido por pedidos de recuperação judicial de empresas, como as de Americanas e Light, é necessário fazer uma análise criteriosa dos ativos.
Segredo é diversificar
Pra quem não considera investimentos mais sofisticados como fundos multimercados e ações e prefere ficar na renda fixa, especialistas recomendam títulos de emissão bancária como certificados de depósito bancário (CDBs), letras de crédito imobiliário ou agrícola (LCIs e LCAs) que ofereçam retorno em torno de 11% para um período de dois anos, e de crédito bancário, como debêntures, certificados de recebíveis imobiliários ou do agronegócio (CRIs e CRAs).
Um levantamento do Santander mostrou que, no Rio de Janeiro, os aportes em CDBs, LCI, LCA e LIGs cresceram 20% na instituição. Já o interesse por Tesouro Direto e fundos de renda fixa recuou 8% e 13%, respectivamente.