O dólar não para de subir. Nesta terça-feira, a moeda chegou ao pico de R$ 5,2873, antes de fechar cotada a R$ 5,2697, com alta de 1,64%. Dentre os motivos estão a escalada de tensão entre Irã e Israel, as mudanças no quadro fiscal do Brasil e a economia ainda aquecida nos Estados Unidos, que atrasa cada vez mais o início do ciclo de corte de juros por lá.
Segundo especialistas, a tendência é que a moeda americana permaneça em patamar elevado, o que pode ter impacto na economia real, desde o preço dos alimentos até o custo das passagens aéreas.
Alimentos, combustível e passagem de avião.
Tanto a alta do preço do petróleo, provocada pela guerra no oriente médio, quanto a do preço do dólar podem encarecer o preço dos combustíveis no Brasil e, por consequência, elevar o custo do frete e dos produtos transportados pelas rodovias do país.
Por enquanto, porém, a Petrobras se mantém em compasso de espera para entender o cenário mundial antes de fazer qualquer reajuste. Na segunda-feira, a defasagem do preço da gasolina no país em relação à cotação internacional estava em torno de 19%, de acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
O valor das passagens aéreas também poderia ficar mais alto nesse cenário, já que as companhias de aviação teriam custos maiores. Segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), cerca de 60% das despesas das aéreas é de itens dolarizados, o que inclui gastos com combustíveis, manutenção, entre outros.
Especialistas ainda acreditam que diversos alimentos disponíveis nas gôndolas podem pesar mais no bolso. O azeite, por exemplo, tende a ficar ainda mais caro por ser importado. Já a carne pode ter custo maior porque o gado é alimentado com uma ração produzida a partir de soja e milho. Esses insumos, assim como café e açúcar, têm suas cotações internacionais definidas por bolsas de commodities.