A alta do dólar provocou aumento de 6% nos preços dos vinhos. Mas nada que tire o entusiasmo das importadoras, que têm trazido para o Brasil cada vez mais rótulos de novas regiões da Europa e da América do Sul.
As importações de vinho aumentaram 10% entre janeiro e maio, de acordo com dados do governo. E as empresas ainda esperam alta de 15% nas vendas até o fim do ano.
O movimento ganha força com o aumento dos investimentos de produtores estrangeiros na distribuição de suas garrafas no Brasil, de olho no potencial de crescimento do consumo por aqui, na contramão do que está acontecendo em muitos países, onde a venda de vinhos está em queda ou estagnada.
No Brasil, o consumo por habitante é de 2,5 litros por ano, bem abaixo do de vizinhos como Argentina e Chile, onde essa média chega a 30 litros e 20 litros anuais, respectivamente. Este ano, o consumo de vinho nacional e importado por aqui deve crescer 15%, repetindo o desempenho de 2023, de acordo com agentes do setor, que esperam desempenho similar das importações.
As vendas devem acelerar ainda mais agora, quando começa a principal temporada do vinho no Brasil: entre maio e setembro geralmente se concentram 60% do consumo. No entanto, mesmo no inverno, o brasileiro ainda prefere outras bebidas, como cerveja, cachaça e destilados em geral.
Chuvas no RS
Após as fortes chuvas no Rio Grande do Sul, ainda é cedo para saber o real impacto na produção brasileira de vinhos, muito concentrada no estado. Algum reflexo só será sentido a partir de 2025, dizem integrantes do setor. Mas embora o Rio Grande do Sul seja o principal produtor de vinhos do país, outros avançam: Goiás, Minas, São Paulo, Rio e o Nordeste.