As ações da Azul Linhas Aéreas desabaram quase 25% nesta semana, o que levou a companhia aérea a afirmar, em fato relevante ao mercado, ter montado um plano estratégico para melhorar a estrutura de capital e o caixa. A Azul disse ainda que está em “negociações ativas” com os principais acionistas para otimizar a reestruturação de sua dívida, conforme previsto em acordo fechado no ano passado.
Os papéis encerraram a quinta-feira com queda de 24,14% a R$ 5,50. Isso representa uma queda de R$ 610 milhões no valor de mercado da empresa aérea. No acumulado do ano, as ações da empresa têm desvalorização de 65,5%.
O tombo das ações ocorreu depois de a agência de notícias Bloomberg ter noticiado que a Azul estaria avaliando opções que vão desde uma oferta de ações a um pedido de proteção contra credores nos Estados Unidos (o chamado Chapter 11), enquanto luta para cumprir obrigações de dívidas prestes a vencer.
Fato relevante
O presidente da Azul afirmou que entrar com pedido para ingressar nos Estados Unidos no Chapter 11 — o equivalente à recuperação judicial no Brasil — está “fora de cogitação”. Em entrevista ao jornal “O Globo”, ele frisou que a empresa está negociando o pagamento antecipado do acordo fechado com arrendadores de aviões no ano passado, o que deverá ser feito por meio da conversão de dívida em ações, destravando a captação de novos recursos.
A Azul classificou a notícia da Bloomberg como “mal interpretada”. E lembrou, conforme informado em sua apresentação de resultados do segundo trimestre, realizada no último dia 12, ter sido severamente impactada no período por fatores como a desvalorização do real frente ao dólar e a redução das operações domésticas devido às enchentes no Rio Grande do Sul.
Sobre uma parceria ou combinação de negócios com a Gol, que está em recuperação judicial nos Estados Unidos, a Azul disse que mantém discussões com o Grupo Abra, controlador da concorrente, para explorar as possibilidades. Até o momento, não há acordo.