A reunião do último Comitê de Política Monetária (Copom) foi encerrada com uma alta dos juros de 0,25 ponto percentual, a 10,75% ao ano, e trazendo uma dura mensagem de preocupação com a inflação. Enquanto isso, o Federal Reserve cortou os juros em 0,5 ponto, passando para faixa de 4,75%-5% e aumentando a diferença das taxas entre os dois países. As decisões marcaram a quarta vez, historicamente, que houve uma dessincronização nos ciclos de juros entre os EUA e Brasil.
No entanto, permanecem com uma posição overweight (exposição acima da média) em relação ao Brasil dentro da América Latina, já que os juros dos EUA mais baixos podem trazer fluxo estrangeiro para papéis específicos, especialmente para ações brasileiras líquidas com apelo global.
Dentre as “ações líquidas globais”, estão nomes como JBS (JBSS3), Nu (NY: NU; BDR: ROXO34), Mercado Livre (BDR: MELI34), Embraer (EMBR3) e Petrobras (PETR4).
Além disso, embora a diferença entre as taxas de curto prazo entre EUA e Brasil devam se alargar ainda mais, as taxas de longo prazo tendem a ter uma diferença menor, favorecendo histórias de fluxo de caixa estável, como shoppings e concessões.
Por outro lado, a decisão do Copom adiciona mais cautela para a Bolsa. Juros mais altos tendem a aumentar o custo de capital para as empresas, e tende a pressionar a economia em geral. Além disso, tornam a Renda Fixa mais atrativa, canalizando os fluxos de investidores Pessoa Física para essa classe de ativos.