A China anunciou, nesta segunda-feira (14), que suas exportações dispararam 12,4% em março, em relação ao mesmo mês do ano anterior. O resultado supera as expectativas do mercado, num momento em que Pequim enfrenta as tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Já as importações, no mesmo período, caíram 4,3%, segundo informou a Administração Geral de Alfândegas da China. A segunda maior economia do mundo ainda enfrenta um consumo fraco e uma prolongada crise de endividamento no setor imobiliário. Além disso, sua recuperação frágil está sob pressão devido à guerra comercial provocada pelas tarifas de Trump.
Guerra comercial
A escalada tarifária fez os produtos chineses serem sobretaxados para entrar no mercado americano. Sobre os bens importados da China incide uma tarifa de 145%. O governo chinês retaliou, e os produtos americanos passaram a pagar 125% para entrarem no mercado chinês.
Pequim prometeu “lutar até o fim” contra as tarifas dos EUA e proteger sua economia. O mercado espera que as autoridades lancem medidas de estímulo fiscal e monetário nos próximos meses para sustentar o crescimento.
As exportações têm sido um dos poucos pontos positivos da economia chinesa, que tem enfrentado dificuldades para se recuperar de forma sólida após a pandemia, com a confiança permanecendo baixa diante de uma prolongada crise imobiliária e pressões deflacionárias crescentes.
O presidente Xi Jinping, em seus primeiros comentários públicos sobre as tarifas, disse ao primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez, durante uma reunião em Pequim na sexta-feira, que China e União Europeia devem “se opor conjuntamente a atos unilaterais de assédio”, segundo a agência estatal Xinhua.
A Organização Mundial do Comércio (OMC) alertou que a disputa comercial entre China e EUA pode reduzir o fluxo de mercadorias entre as duas economias em até 80% e prejudicar gravemente o crescimento global.