O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, afirmou que o Brasil precisa ser “consertado” para deixar de prejudicar os americanos. A declaração foi dada em entrevista à emissora NewsNation no fim de semana. O membro do governo do presidente Donald Trump listou países que, segundo ele, adotam medidas comerciais desfavoráveis aos EUA.
O Brasil, no entanto, importa mais do que vende aos EUA. No ano passado, o déficit comercial registrado com os americanos foi superior a US$ 28 bilhões, incluindo produtos e serviços.
O Brasil foi incluído em agosto no tarifaço de 50% aplicado pelos EUA a produtos de diversos países, e foi a única nação citada pelo secretário que não integra a nova rodada de tarifas anunciada pelo presidente Donald Trump. A partir de 1º de outubro, penalizações que variam de 25% a 100% vão atingir setores como medicamentos, caminhões pesados, móveis e utensílios domésticos, e afetar, entre outros países, Irlanda, Suíça, Austrália, Coreia do Sul, Reino Unido, Índia, México, Alemanha, China e Japão.
Segundo Trump, o aumento nas tarifas tem como objetivo proteger a indústria local e reduzir a entrada de produtos estrangeiros, medida que ele também relaciona à segurança nacional. No entanto, o efeito na economia americana deve ser de aumento da inflação, segundo economistas.
As tensões comerciais se somam às divergências políticas entre os dois governos. Na última terça-feira (23), durante a Assembleia Geral da ONU, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump se encontraram rapidamente entre um discurso e outro e afirmaram que devem iniciar conversas nesta semana para discutir políticas comerciais bilaterais.