As ações da Vale seguem caindo. No acumulado do mês de julho a queda dos ativos da mineradora é de 11,25% e, desde a máxima do ano registrada em 7 de março, a queda é de 33%.
Os contratos futuros de minério nas bolsas de Dalian e Cingapura caíram abaixo de US$ 100 a tonelada devido ao aumento dos temores de uma diminuição da demanda por aço. O principal motivo é que a economia da China, maior produtora de aço e consumidora de minério de ferro do mundo, decepcionou no segundo trimestre e uma crise no setor imobiliário local ganha destaque.
A produção de aço da China deve cair entre 20% e 25% entre julho e dezembro de 2022 em relação aos níveis de junho de 2022. Isso deve ter um impacto negativo no consumo de minério de ferro durante um período de produção sazonalmente mais forte, enquanto deve pressionar os preços do aço.
Neste cenário, ainda que muitos analistas estejam com uma visão positiva para as ações da Vale, a expectativa é de maior pressão no curto prazo, inclusive levando a revisões para baixo nas estimativas para os ativos da mineradora e para o setor como um todo.
Na semana passada, o Goldman Sachs já havia cortado suas projeções para o minério de ferro em cerca de 15%, para US$ 100 a tonelada nos últimos seis meses do ano. Sua previsão de três meses para o ingrediente siderúrgico agora é de US$ 90 a tonelada.
Outra casa a revisar suas projeções para a Vale foi o Bank of America que cortou o preço-alvo para a ação de R$ 106 para R$ 99. Para os analistas do banco americano, os produtores de aço estão sob pressão nos Estados Unidos, China e na Europa e, desta forma, o minério de ferro deve se transformar em excedente. Assim, reforça a visão de baixa para os preços. A estimativa é de preço médio de US$ 95 por tonelada em 2023.