O Federal Reserve, Banco Central americano, elevou a taxa básica de juros em 0,75%. Com o aumento, os juros estão na faixa entre 3% e 3,25%, maior nível desde janeiro de 2008. A decisão foi unânime e já era esperada pelo mercado.
Em seu comunicado, o Fed prevê que os aumentos contínuos nas taxas serão apropriados e que o banco está “fortemente comprometido” em devolver a inflação de volta para a meta de 2%.
Indicadores recentes apontam para um crescimento modesto nos gastos e na produção. Os ganhos de emprego foram robustos nos últimos meses e a taxa de desemprego permaneceu baixa. A inflação permanece elevada, refletindo desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia, preços mais altos de alimentos e energia e pressões mais amplas sobre os preços, destacou o Fed, em seu comunicado.
A alta nas taxas visa combater uma inflação que está nos maiores patamares em quase quatro décadas. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) atingiu os 8,3% em agosto na base de comparação anual.
Durante entrevista coletiva após o anúncio, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, reforçou o compromisso da autoridade monetária com o combate à inflação.
Estamos mudando nossa postura política propositalmente para um nível que será suficientemente restritivo para retornar a inflação a 2%— disse Powell.
O presidente acrescentou que o banco manterá a postura “até que o trabalho seja feito”.
Não há uma maneira indolor de deixar a inflação para trás […] Taxas de juros mais altas, crescimento mais lento e mercado de trabalho em desaceleração são dolorosos para o público que atendemos, mas não são tão dolorosos quanto não restaurar a estabilidade de preços — complementou Powell.