O governo lançará, nos próximos dias, uma linha de crédito de 2 bilhões de dólares do BNDES, voltada para os produtores rurais que enfrentam quebra de safra. O problema acontece devido a problemas climáticos, e perda de rentabilidade, causada pela queda dos preços internacionais.
A medida atenderá, principalmente, aos exportadores de soja, que terão dois anos de carência e mais três anos para pagarem os empréstimos. Os juros serão de até 8,2%, bem abaixo dos valores praticados no mercado.
Segundo o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, uma das vantagens da medida é que não haverá custo para o Tesouro Nacional. Os recursos serão provenientes de captação internacional pelo BNDES.
A crise do agro
Um dos maiores destaques do agronegócio brasileiro, a soja passa por uma crise com perda de safra. O setor pede a suspensão dos pagamentos das dívidas de custeio com os bancos pelo menos até setembro deste ano e alega que os problemas são encontrados em vários estados do Brasil.
Para o presidente da Aprosoja Brasil, Antonio Galvan, a safra de soja deste ano deverá ficar em 135 milhões de toneladas. O volume terá 20 milhões de toneladas a menos do que a colheita anterior.
O Brasil, maior exportador e produtor de soja em grão, deveria exportar 96 milhões de toneladas este ano e oferecer, ao mercado interno, 56 milhões de toneladas. E tem entre 4 milhões e 5 milhões de toneladas em estoque. A conta, portanto, não fecharia em 2024.
A crise teria começado no ano passado. Na época de plantio de soja, na maior parte do país a umidade era insuficiente, enquanto no sul do país chovia em demasia. Com receio de não prejudicar o plantio da segunda safra de milho, que vem logo em seguida, alguns semearam a soja com pouca umidade no solo, que acabou não vingando.
Produtores fizeram dois e até três replantios, tendo gastos extras com sementes, defensivos, combustíveis e mão de obra. Para alívio dos agricultores, as chuvas chegaram, mas em volume maior do que o esperado em algumas regiões.