A pobreza e a extrema pobreza no Brasil registraram em 2023 os menores índices da série histórica, iniciada em 2012. As informações constam na Síntese de Indicadores Sociais, estudo divulgado pelo IBGE nesta quarta-feira (04). Os dados são referentes ao ano de 2023.
Pela primeira vez, a miséria ficou abaixo de 5%, caindo para 4,4%, o que representa 9,5 milhões de pessoas. Além disso, 8,7 milhões de brasileiros saíram da condição de pobreza, reduzindo esse contingente para 59 milhões, o menor número registrado em mais de uma década.
A expansão dos programas sociais, principalmente do Bolsa Família, ajudou a reduzir a miséria, também chamada de pobreza extrema, de 5,9% para 4,4% entre 2022 e 2023, segundo o IBGE. Em outras palavras, significa que, de 12,6 milhões de pessoas, 3,1 milhões de pessoas saíram da miséria em um ano.
Ainda assim, há 9,5 milhões de brasileiros vivendo em condições extremamente precárias, com renda abaixo de R$ 209 por mês ou US$ 2,15 por pessoa por dia, linha internacional usada para medir a pobreza extrema.
Já a linha internacional que é parâmetro para a pobreza considera quem tem renda per capita de até US$ 6,85 por dia – no caso do Brasil, o equivalente a R$ 665 por mês.
Pobreza pelo Brasil
A maior parte dos brasileiros que viviam abaixo da linha de pobreza em 2023 morava nas regiões Norte e Nordeste, especialmente nos chamados Arcos Metropolitanos. No Vale do Rio Purus (AM), 66% da população viviam em condições de pobreza.
Outros locais com índices elevados foram o Litoral e Baixada Maranhense, com 63,8%, e o Entorno Metropolitano de Manaus (AM), com 62,3%. Esses índices estão bem acima da média nacional, que foi de 27,4%.
Regiões ao redor de capitais, como Cuiabá (MT), Brasília (DF) e Rio de Janeiro (RJ), também têm percentuais elevados de pessoas na pobreza. Em Cuiabá, chega a 29,9% nessa condição. Na região integrada de Brasília, o índice é de 27,6%.
No Rio de Janeiro, o destaque fica para o Arco Metropolitano de Nova Iguaçu, com 33,9% da população vivendo na pobreza. A classificação por estrato geográfico revela a desigualdade regional, algo que fica velado na comparação por estado.