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Veja quais países já fecharam acordo com EUA sobre tarifas comerciais; Brasil fica de fora

A quatro dias do fim do prazo estipulado pelo governo dos Estados Unidos para que países entrem em um acordo com Washington a respeito das tarifas comerciais impostas pelo presidente norte-americano Donald Trump, o Brasil vai ficando no fim da fila e com chances cada vez menores de escapar do “tarifaço”.

Neste domingo (27/7), após uma reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen,Trump confirmou que EUA e União Europeia (UE) chegaram a um acordo sobre as tarifas. O acordo é semelhante ao fechado com os demais países que conseguiram diálogo com a Casa Branca, como o Japão.

Também neste domingo, em entrevista à Fox News, o secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, afirmou que a nova rodada do tarifaço de Trump entrará mesmo em vigor na próxima sexta-feira, dia 1º de agosto, sem possibilidade de prorrogação do prazo determinado pela Casa Branca.

Veja os principais países que já fecharam acordos com os EUA de Trump sobre as tarifas:

União Europeia

Neste domingo, a reunião entre Trump e Von der Leyen sacramentou o acordo comercial entre europeus e norte-americanos. As tarifas de 30% impostas por Trump serão reduzidas para 15%, em formato semelhante ao que ocorreu com o Japão.

Os detalhes do acordo ainda não foram divulgados por completo. Mas a tendência é que essa alíquota de 15% seja aplicada a setores como o automotivo e o farmacêutico e não acrescentada às chamadas tarifas “de longa data” dos EUA, que giram em torno de 5%.

Também estão sobre a mesa concessões para setores específicos da economia europeia, entre os quais o aéreo, o de medicamentos e o de produtos agrícolas.

Após o fim da reunião com Von der Leyen, Trump se referiu ao acordo com a UE como “o maior de todos os tempos”.

Japão

No dia 22 de julho, o governo Trump anunciou um acordo comercial com o Japão. O acerto prevê investimentos de US$ 550 bilhões do Japão nos EUA. A maior parte do lucro, cerca de 90%, deve ir para os cofres do país, segundo Trump. Além disso, o presidente dos EUA afirmou que o Japão também deve abrir seu comércio para alguns itens.

As tarifas sobre as importações japonesas caíram de 25% para 15%.

Reino Unido

Parceiro histórico dos EUA, o Reino Unido foi o primeiro país a anunciar um acordo com Trump sobre as tarifas comerciais, no início de maio.

Ficou acertado que as montadoras britânicas terão direito a uma cota de 100 mil carros sob tarifas de 10% – abaixo dos 25% anunciados inicialmente pelos EUA.

Também foi confirmada uma redução das tarifas aplicadas sobre aço, etanol e carne, que passaram a ser de 10%.

O setor aeroespacial britânico, por sua vez, viu as tarifas de 10% serem removidas pelos norte-americanos, que firmaram o compromisso de mantê-las zeradas.

China

No dia 12 de maio, EUA e China – as duas maiores economias do mundo – anunciaram um acordo preliminar que suspendeu as tarifas comerciais de parte a parte por 90 dias, para diminuir as tensões geradas pela guerra comercial travada pelas duas potências desde o início do ano. Esse prazo termina no dia 12 de agosto.

Durante esse período, a China reduziu as taxas sobre produtos dos EUA de 125% para 10%, enquanto Washington baixou as tarifas de 145% para 30%.

Na semana passada, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, admitiu que o prazo para o acordo com Pequim pode ser novamente prorrogado, por mais 90 dias. “Podemos conseguir um grande e lindo reequilíbrio com a China”, disse Bessent.

Filipinas

Com as Filipinas, os EUA firmaram um acordo para a aplicação de tarifas comerciais de 19% – mesmo patamar das taxas sobre a Indonésia e um ponto percentual abaixo do que foi acertado com o Vietnã.

Indonésia

No dia 15 de julho, Donald Trump anunciou um acordo com a Indonésia, com a taxação de 19% sobre os produtos importados do país. As exportações norte-americanas, por sua vez, não serão taxadas.

A Indonésia havia sido ameaçada pela Casa Branca com tarifas que poderiam chegar a 32%.

Vietnã

Serão de 20% as tarifas comerciais aplicadas pelos EUA sobre as exportações vietnamitas ao país. O Vietnã estava sob risco de ser taxado em até 46%.

O país vai abrir seu mercado aos EUA, que poderão vender seus produtos sem nenhum tipo de tarifa.

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