Em todo o país, 33 milhões de brasileiros sofrem com algum nível de insegurança alimentar. Os dados são de uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira pela Rede Penssa, que reúne entidades como Ação da Cidadania, Oxfam, Vox Populi e Actionaid. A pesquisa dividiu as famílias em três gradações de insegurança: leve, moderada e grave. Famílias em insegurança alimentar grave passam fome.
O mapa da fome no Brasil mostra que ela é mais grave nos estados do Nordeste e afeta mais as famílias com crianças. Na pesquisa, que ouviu 12.743 famílias em 577 municípios do país, quando a resposta é sim às perguntas “as crianças deixaram de fazer uma refeição por falta de dinheiro ou ficaram um dia sem comer, por falta de dinheiro para comprar comida”, o que é considerada uma insegurança grave. Quando falta comida para as crianças, é sinal de que a fome já é experiência vívida dentro da casa.
Entenda os quatro níveis da Escala Brasileia e Isagurança Alimentar (Ebia) usados no levantamento:
- Segurança alimentar: A família tem acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer outras necessidades básicas, como moradia.
- Insegurança alimentar leve: Há preocupação ou incerteza se será possível ter acesso a alimentos no futuro. A família acaba contando com uma qualidade inadequada de alimentação para ter quantidade suficiente de comida para todos. Ou seja, troca qualidade por quantidade.
- Insegurança alimentar moderada: Em razão da falta de alimentos para fornecer a todos, as famílias reduzem a quantidade de comida ou há uma ruptura no padrão de alimentação, ou seja, na quantidade de refeições por dia, na qualidade do que vai para a mesa.
- Insegurança alimentar grave: A família passa fome (sente fome por falta de dinheiro para comprar alimentos, faz apenas uma refeição ao dia ou fica sem comer um dia inteiro).
O mapa da fome no Brasil
Na média nacional, 15,5% das famílias passam fome. Veja, abaixo, o percentual de famílias em situação de insegurança alimentar grave em cada estado.
Nordeste
- Maranhão: 29,9%
- Piauí: 34,3%
- Ceará: 26,3%
- Rio Grande do Norte: 10,9%
- Paraíba: 10,6%
- Pernambuco: 22,2%
- Alagoas: 36,7%
- Sergipe: 30%
- Bahia: 11,4%
Norte
- Rondônia:15,1%
- Acre: 18,8%
- Amazonas: 26%
- Roraima: 27,2%
- Pará: 30%
- Amapá: 32%
- Tocantins: 17,5%
Centro-Oeste
- Mato Grosso do Sul: 9,4%
- Mato Grosso: 17,7%
- Goiás: 11,9%
- Distrito Federal: 13,1%
Sudeste
- Minas Gerais: 8,2%
- Espírito Santo: 8,2%
- Rio de Janeiro: 15,9%
- São Paulo: 14,6%
Sul
- Paraná: 8,6%
- Santa Catarina: 4,6%
- Rio Grande do Sul: 14,1%